segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Viver no campo

Proliferam os anúncios imobiliários promovendo a dicotomia campo-cidade. Viva no campo às portas da Grande cidade podia ser mais um…Na verdade isto espelha bem a vontade de ter um pouco dos dois mundo. Desfrutar da “cosmopolitanidade” que a proximidade à cidade oferece combinada com a oferta de um horizonte com menos betão e mais árvores, um pequeno vislumbrar do movimento slow actualmente tão em voga para ser praticado ao fim de semana.

Mas quando se ganha a discernidade que a distância oferece, percebe-se com maior facilidade que, de todo, não é possível conjugar os dois mundo, sem que algum prevaleça, ou altere o seu próprio conceito. Porque quando o campo tenta seduzir os citadinos como forma de recuperar vitalidade económica e/ou eleitoral, fá-lo sacrificando aquilo que está na base do sua essência, que é exactamente, para além de um contacto mais estreito com a Natureza, uma certa forma de viver que não tem em conta o que se passa na grande cidade.

Mais uma vez a máxima de Lavoisier que na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma aplica-se aqui também. Só é pena que a transformação se faça mais à custa das perdas (de usos, tradições, da paisagem enquanto unidade e herança cultural) do que dos ganhos, ainda que os políticos digam o contrário…

PS – Têm vindo a emergir movimentos em prol da preservação da paisagem enquanto resultante da acção do Homem. Estas preocupações convergiram para a criação de diversas associações e conceitos que procuram inverter estas tendências. Um desses conceitos é o da criação de Corredores Verdes. Podem consultar mais informações aqui.

5 comentários:

R. disse...

Também concordo que a verdadeira conjungação dos 2 mundos não passe de uma utopia!

Minha querida obrigada pelas tuas doces palavras no meu cantinho e pelo carinho que me tens demonstrado.

beijo grande e um xi apertadinho

cris disse...

Eu sempre achei que não conseguiria viver longe da cidade, agora, cada vez mais acho que preferia estar longe dela, a qualidade de vida aumenta conforme a distância dela.
Beijocas

Inca disse...

é como em tudo, ganhas em algumas coisas..mas ...perdes em outras! o importanto é manter o saldo positivo para o lado positivo.o melhor dos dois mundos não existe.
beiinhos

Anónimo disse...

A essa dualidade só posso qualificar como um acto de coragem, uma vez que o helicópetro para te ir buscar e levar a ambos os mundos não existe...

Por outro lado mostra a tua garra!

Muitas saudades

hima

Anna72 disse...

Nas grandes cidades também me parece uma utopia, nas pequenas ainda vai sendo possivel mas acredito que não por muito tempo.