sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Enleios

É bom sentir a manhã a acordar…
Trocar carícias com a almofada e conversas com o cobertor…
Despir o sono da noite e escolher as cores do dia…
Assim…sem pressa, de mansinho como o espreguiçar da alvorada


segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Amizades

A vida dá e a vida leva.
Mas também nos oferece amizades que não estamos à espera.
Independentemente das razões ou circunstâncias que promoveram isso, sinto-me grata.
E há já algum tempo que isso não me acontecia. Não sei dizer o momento em que a afinidade passou a amizade (tal como num outro cantinho dizia que não sei identificar a altura em que passei à fase adulta), sei apenas que hoje me sinto mais preenchida, mais rica.
Como se fossem as amizades os novos trajes da minha alma…tapam a tristeza nos dias sombrios, desnudam a alegria de viver e de partilhar quando por vezes não o somos capazes de fazer por nós próprios, mas também nos levam a dar o melhor de nós nos momentos menos bons dos outros…como quem tira o casaco para aconchegar outrem num dia frio.
Hoje estou de traje novo: trago uma nova amizade comigo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Flores, Frutas ou Cera

Memorias de um momento partilhado
de muitas emoções feito…
Então como agora e cada vez mais: sim!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Viver no campo

Proliferam os anúncios imobiliários promovendo a dicotomia campo-cidade. Viva no campo às portas da Grande cidade podia ser mais um…Na verdade isto espelha bem a vontade de ter um pouco dos dois mundo. Desfrutar da “cosmopolitanidade” que a proximidade à cidade oferece combinada com a oferta de um horizonte com menos betão e mais árvores, um pequeno vislumbrar do movimento slow actualmente tão em voga para ser praticado ao fim de semana.

Mas quando se ganha a discernidade que a distância oferece, percebe-se com maior facilidade que, de todo, não é possível conjugar os dois mundo, sem que algum prevaleça, ou altere o seu próprio conceito. Porque quando o campo tenta seduzir os citadinos como forma de recuperar vitalidade económica e/ou eleitoral, fá-lo sacrificando aquilo que está na base do sua essência, que é exactamente, para além de um contacto mais estreito com a Natureza, uma certa forma de viver que não tem em conta o que se passa na grande cidade.

Mais uma vez a máxima de Lavoisier que na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma aplica-se aqui também. Só é pena que a transformação se faça mais à custa das perdas (de usos, tradições, da paisagem enquanto unidade e herança cultural) do que dos ganhos, ainda que os políticos digam o contrário…

PS – Têm vindo a emergir movimentos em prol da preservação da paisagem enquanto resultante da acção do Homem. Estas preocupações convergiram para a criação de diversas associações e conceitos que procuram inverter estas tendências. Um desses conceitos é o da criação de Corredores Verdes. Podem consultar mais informações aqui.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A essência das coisas

…é a capacidade de ver para além do primeiro olhar…
…de escutar o que não é pronunciado…
…de sentir plenitude ao tocar apenas numa ínfima parte…

Aproxima-se uma data importante no nosso calendário de vida. Não espero oferendas ou grandes festejos. Desde o início que optámos por trocar gestos, oferecemos momentos um ao outro, respirámos ambientes diversos.
Este ano vai ser diferente, limitado na sua liberdade…mas embora não troquemos presentes, sinto que estou a desembrulhar algo, sempre, todos os dias…a nossa essência…um bocadinho…assim…dia após dia…

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Tempestades e bonanças

Ando para escrever este post há bastante tempo.
Há alturas em que releio o que escrevi e não gosto particularmente do que leio. O post anterior foi um deles, mas as palavras têm esse condão maravilhoso de assim que as colocamos no papel, nos tornarem a alma mais leve.
Por vezes sinto-me refém de algumas esperas na minha vida e há alturas que essas esperas são mais difíceis de suportar…mas aqui neste espaço eu, sou apenas eu, com as minhas esperas, com as minhas angústias e alegrias. Tantas vezes escrevo, para logo de seguida apagar esses desabafos, e ultimamente isso tem sido uma constante.
Porque não gosto de deixar aqui a marca de alguma tristeza que por vezes me assola, mas a verdade é que é precisamente nesses momentos que mais preciso de exteriorizar esses sentimentos.
Por isso, e embora procure sempre os motivos para sorrir e para celebrar a vida ( e tenho muitos, sei disso) é nos menos bons que mais preciso deste porto de abrigo… sei que por vezes este cantinho devia ter cores mais alegres, as mesmas com que gosto de pintar a vida, mas há ocasiões em que só depois de aliviar a alma é que a vida recupera essas mesmas cores…as cores que eu também gosto de ver e vocês de ler.
Ontem foi assim…hoje o sol já brilhou lá fora…

sábado, 8 de setembro de 2007

Desabafos de fim de tarde

Alguns dias correm velozes, com pressa de chegar a algum lado
Outros correm devagar embalados pela cadência da lentidão


Os dias de semana que tardam em passar
Os fins de semana que me fogem entre os dedos

Este sol que não aquece a alma nem alumia o coração
Este compasso mudo de tempo que não passa


As cores frias do Outono com sabor ainda a gelado
O fim de estio que se veste de inicio de Verão

Esta inconstância constante que se torna presença assídua
Este ser não-ser, que não sendo, é

E é no meio deste meio-tempo que tento apenas ser eu
Perseguindo os meus dias e tentando esquecer os que não são meus.

(foto by Gaijo em Fornells, Menorca, Junho 2007)

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Paulo Praça - (Diz) A Verdade

Há músicas assim…que entram no ouvido, espantam o mau humor matinal e sem darmos por isso e ao fim dos primeiros acordes estamos a trauteá-las baixinho. Fazem-nos companhia ao longo dia com um sorriso nos lábios e deixam no ar a vontade de voltar a ouvi-las novamente.
Esta é uma delas…