Figos

Sou doida por figos.
Adoro todas as qualidades de figos: de S. João, pingo-mel, enxários, pretos, etc.
Uma parte desta minha paixão por figos tem origem nos suculentos almoços com que a minha mãe me presenteava quando estava grávida de mim. Diz ela que ao passar pela frutaria não resistia ao doce aroma a figos e o almoço ficava-se “apenas” por um bom e farto prato deles, hábito aliás que partilhámos até eu sair de casa.
Por outro lado, os figos transportam-me até ao Sul do país, relembrando-me das minhas origens, e o seu aroma faz parte da minha biblioteca de boas recordações. Durante as minhas caminhadas à hora de almoço, passo por uma figueira cuja ramagem e respectivos figos caem sobre a estrada e onde paira sempre um cheiro adocicado no ar. Não são raras as vezes em que fecho os olhos e sou transportada para tão longe, para sul, para todos aqueles lugares que me dizem tanto…
Ontem sem que nada o fizesse prever, fui surpreendida com uma bela taça cheia de figos, acabadinhos de colher (ainda estavam quentes!) E senti-me outra vez como uma criança a desembrulhar um presente no seu dia de aniversário...

Obrigada a ti, porque sei que foste o artificie desta maravilhosa surpresa.