segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Uma manhã diabólica... (post longo)

Acordo 5 minutos antes do despertador. A chuva cai intensamente e o vento empurra-a violentamente contra as persianas. Enrosco-me durante mais uns momentos até que tomo coragem e resolvo levantar-me. Tento acender a luz da mesinha de cabeceira, mas já desde madrugada que não há. A solução é ir tomar banho à luz das velas. Romântico, não? Ainda puxo pelo gaijo mas este dá mais uma volta na cama.
Vou até á cozinha e descubro o meu coelho completamente em pânico com a trovoada que começa a fazer-se sentir com intensidade. Entre umas afagadelas nas orelhas felpudas, tento ligar o gás. Vá lá. Consegui à 15ª tentativa (esquentadores com personalidade é assim).
Antecipando o imenso trânsito que se faz acompanhar com chuva, despachamo-nos mais cedo e saímos cerca de meia hora antes do previsto, cerca das 7h35m. Deve chegar, penso eu…pois…
Entramos na auto-estrada. Circula-se bem apesar dos acidentes, mas ainda não são 8h da manhã. Ao longe os faróis vermelhos indicam paragem a 1 km da nossa saída. Mau! 8h30m e continuamos antes da portagem de saída. 9h00 deixo finalmente o gaijo junto ao trabalho e resolvo ganhar coragem para enfrentar o trânsito. Chegam as primeiras notícias de cortes de estradas. Em volta, as lezírias encontram-se completamente encharcadas como à muito não as via. Depois de 2 dedos de conversa com ele e uma colega, resolvo fazer-me à estrada. Tento primeiro seguir o caminho mais directo. Depois de 20 minutos parada, avisto ao longe o policia que, já em desespero gesticula com quem passa avisando que a estrada está cortada mais à frente e o trânsito não pode seguir por ali. Dou meia-volta e resolvo seguir pelo plano B, um caminho mais longo mas uma solução para chegar à grande cidade. Depois de mais uma eternidade parada, (bom parada, não, afinal andei 2 metros desde que fiquei imobilizada), descubro que de momento aquele é o único acesso à capital de quem vem dos meus lados. O relógio marca 10h. Faço novamente inversão de marcha e resolvo ir cravar o pequeno-almoço ao gaijo. Sim, que isto de fazer de chauffeur tem custos. Enquanto tento chegar novamente junto dele vou passando por um cenário surreal. As estradas estão praticamente desertas, não se vê carros a circular. Vim depois a saber que apenas 2 acessos nesta pequena terrinha estavam transitáveis. O resto ou estava preso em corte de estrada ou estava caminho do meu plano B. Depois da fome consolada, pondero e decido tentar mais uma vez passar. São 11h. O trânsito finalmente começa a escoar, embora lentamente. Pela janela vou vendo um cenário já esquecido na minha memória. Carros submersos, água pela altura dos sinais de trânsito. A auto-estrada, que nestas alturas faz de dique natural está a apenas 1 metro sobre as águas e as pessoas amontoam-se sobre a ponte a alvitrar quando é que o rio vai submergir a auto-estrada. No entanto está tudo calmo, como se as pessoas soubessem o que as espera. E têm obrigação disso, afinal sempre houve aqui cheias, das quais as de 67 (ontem tão faladas no programa da Maria Elisa) foram as mais trágicas. Vou passando e recordando outros episódios de outras cheias…mas isso fica para outro post. São 11h45 e cheguei finalmente ao meu trabalho. O telemóvel até então sem bateria começa a funcionar ruidosamente. Sim, estou bem, cheguei bem, não houve problemas de maior. É segunda-feira e eu já estou cansada…

10 comentários:

Anónimo disse...

Enfirm...Sã e salva que é cmo nós te queremos.
A minha odisseia vai começar agora!!

bjs
Hima

Inca disse...

por aqui esteve tudo bem mais calma, mas pelo que ouvi no radio a manhã não foi nada simples.
beijinhos

BabyJust disse...

Possa que mannha.....
Espero que melhore o t4mporal...
Beijokas enormes
Patrícia

Cláudia, Pimpo e Pimpa disse...

Querida! Como eu te entendo. Esperemos que amanhã seja melhor, mas de termos um mau inicio de semana já não nos safamos... Bjs Cláudia

Sarita disse...

eu cheguei à porta do prédio e voltei para trás...tal era o caos lá fora!

R. disse...

Bolas que este post quase podia ter sido escrito por mim. É que até a hora a que chegámos ao trabalho foi a mesma :D
Ah bela segunda-feira! :P

beijinhos com mto sol

Ana disse...

Eu com neve, tu com chuva....
Acho que me lembro das cheias de 67, tenho uma vaga ideia de estar a janela a ver um rio de aguas pretas, que levavam tudo a reboque. Eh muito vaga esta imagem lembro-me do medo das vizinhas a falar com a minha mae, de falarem em mortos e eu na janela a achar aquilo muito divertido.
Era muito pequena por isso nao tinha a nocao de como essas cheias foram uma calamidade.

Anónimo disse...

O que esta maganita arranja para chegar tarde ao trabalho!!!!
... Foi assim por todo o lado, um caos!
Jocas.

Mary disse...

Foi mesmo um dia para esquecer...
Porque não chove apenas nos campos?
Bjs

Anna72 disse...

Pelo que vi nos noticiários, foi mesmo o caos! Por cá, felizmente, a chuva não fez grandes estragos.

Espero que as coisas já tenham normalizado.

Beijocas