domingo, 30 de março de 2008

O fim de um ciclo...

... é sempre o início do próximo...
(foto de Fernando Redondo www.olhares.com)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Em tons de cinzento

Há alturas em que sou tudo. Sinto que tenho da vida o bastante. Celebro as coisas boas e sinto-me grata por as ter. Mas alturas há em que este caminho quase me engole, me sufoca. É opressivo, desgastante e doloroso…agarrar em vão uma e outra vez a mesma esperança, tantas vezes renovada e tentar vivê-la como se não fosse ela o fiel dos meus dias. Manter o sorriso por fora enquanto por dentro só me apetece desaparecer. Sentir-me sozinha no meio da multidão, nesta marcha ausente de sentido na maior parte dos dias. Esta é uma luta triste. E solitária…e a menos que se passe pelo mesmo, amizade que nos têm não é suficiente para ultrapassar o abismo que esta dualidade de sentimentos me incute. Como solitária, embora vivida a dois, é também a espera, a incerteza quanto ao final de tudo isto.
Estou cansada…sento-me nesta estrada olho para o longe e não sei como vou atravessar este deserto. De que cor vou pintar os dias, quanto as cores que tenho na paleta são apenas cinzentos? Quando as mãos da amizade não se estendem e ao invés disso escondem-se sob um rápido e impessoal “não te stresses” ou “quando menos esperares…” e assim continuo sozinha e calada, para que palavras como estas não desmoronem os cacos colados apenas a cuspo…

quinta-feira, 20 de março de 2008

Aviso

Este blog encontra-se encerrado para férias.
Espero voltar com espírito renovado e uma maior vontade de perseguir dias soalheiros.

Até lá fiquem bem.

(Mary, desejo-te uma hora tão pequenina quanto possível…)

terça-feira, 18 de março de 2008

Dias...

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Camões

E eu não sei como mandar este sentimento embora...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Entardecer

Lembro-me muitas vezes de uma aula sobre gestão de recursos em que a professora falava do pôr-do-sol em Santorini. Dizia ela que, segundo os promotores turísticos da região, não existia pôr-do-sol como em Santorini, dada a paisagem e forma da ilha, tendo-se transformado numa espécie de imagem de marca, um recurso natural próprio e inigualável, diferente de tudo o resto. A discussão prosseguiu em torno do potencial do nosso país em criar e optimizar esta ideia, já que a maior parte da costa se encontra orientada para poente e mesmo o Algarve possui recantos fantásticos, onde muitas e muitas vezes me deixei embalar pelo entardecer sobre um mar calmo.

Com a chegada de dias primaveris, dou por mim a cruzar as margens do grande rio precisamente à hora do crepúsculo e é impossível ficar indiferente ao espectáculo de cores e tons com que sou presenteada durante a travessia. Durante algum tempo sou seduzida pela luta do grande rio para entrar no mar, enquadrado por um espectáculo de tons crepusculares, com a capital iluminada por diversas tonalidades laranja. Ao longe, um ou outro edifício espelhado devolve em ponto pequeno as últimas luminosidades do dia antes da noite vestir por completo o horizonte.

E eu deixo-me embalar por esta vista espectacular, com um sorriso nos lábios e com os pensamentos a correrem por entre estes tons luminosos…

segunda-feira, 10 de março de 2008

Vamos lá a ver se nos entendemos…



São 2 foliculos, muito bonitos, um em cada ovário. Portanto, nem sequer é preciso GPS porque não há como enganar, ok?

Quer vocês, bichinhos da cauda, optem pela esquerda ou pela direita, há sempre um óvulo à vossa espera…Nada de desculpas à gaijo “ai e tal, não perguntei indicações” porque todos os caminhos vão dar a óvulo. Também não vale armarem-se em gaija “ai e tal, isso é muito longe” porque têm cerca de 3 dias para lá chegar…

Agora vá… ide fazer pela vida...
...literalmente.

domingo, 9 de março de 2008

In concert

Ontem regressei por algumas horas à minha adolescência. Partilhei o espaço com uma miríade de formas de estar no mundo, umas próximas de mim, outras nem tanto, mas saudei sobretudo a multiplicidade de estilos. Não deixa de ser curioso que uma banda tão controversa no passado tenha tido o condão de conseguir juntar uma grande tal diversidade de espectadores, de várias gerações, de vários géneros e formas de sentir o mundo, numa atmosfera intimista que não deixou ninguém de fora.

Gostei do espectáculo. Gostei do ambiente. Gostei de viajar ao passado. Gostei sobretudo de ter lá estado.

domingo, 2 de março de 2008

Momentos meus II

Hoje fui mar turquesa por entre enseadas desertas,
Voei com as gaivotas sobre os penhascos,
Fui raio de sol que enxugou o orvalho da manhã.

Hoje fui caminho verdejante, água de nascente e brisa matinal varrendo a escarpa.
Fui gargalhada espontânea, frio na barriga e adrenalina no sangue.
Desci penhascos abruptos e subi encostas íngremes, passei por ribeiras em barrancos e charcos nos trilhos.
Colhi mil fragrâncias e cores, abracei os primeiros sinais da Primavera.
Hoje fui contemplação, abstracção e apaziguamento.

Hoje fui tanta coisa... Por muito que queira traduzir em palavras, há momentos assim, que são irreproduzíveis. Preenchem-me por completo, são singelos, únicos e no entanto não cabem nas palavras que escrevo.
São momentos de plenitude. Não tenho muitos, mas hoje sinto que tive tudo.






Percurso Meco - Cabo Espichel

(Fotos de Maganita e gaijo)